Diário de Au Pair #2 - Agências e mais

Ok, então eu tinha decidido que para resolver o problema de intercâmbio eu iria fazer Au Pair.
Pra quem não sabe, Au Pair é um programa em que você vai para outro país, morar na casa de uma família para estudar e cuidar das crianças que essa família tem.
O esboço que eu tinha era ir para Londres e trabalhar como au pair para uma conhecida. Mas acabou que eu nunca consegui me comunicar com esta senhora. E querem saber? Foi a melhor coisa que aconteceu (mas na hora eu quase morri e achei que tinha perdido a grande chance). Eu fiquei sabendo depois que existem agências multinacionais especializadas nisto, o que é mil vezes melhor do que ir por conta própria.
Então eu me inscrevi na STB da minha cidade para ser au pair pela AuPair Care.
Meu processo pré-programa foi literalmente um parto (foram exatamente nove meses desde o dia em que fui conhecer até o dia em que embarquei).

Tive que passar por muito mais coisas do que as outras meninas. Quando voltei de Portugal eu não tinha carta, e tive que tirar para me inscrever. E depois de finalmente tê-la em mãos eu poder dar entrada no processo.
Desde que eu comecei (mesmo) até ir embora foram 4 meses. Preenchi tudo rapidinho, fiz o application online, tirei as fotos e fiz o vergonhoso vídeo de apresentação. Eu curti muito tudo desde de o começo. Fiz tudo do melhor jeito possível, afinal, isso ajudou a construir a base do meu sonho.
Fui pega de surpresa (no meio da correria do meu trabalho nos Correios) para fazer a entrevista por telefone. Gaguejei até, mas deu tudo certo.
Than, sooner than I was expecting.. as famílias começaram a entrar em contato (sim, porque me tinham dito que eu só iria entrar na fase de escolher famílias em Março e antes do carnaval já tinha gente me adicionando no Skype).
Eu surtei quando vi a primeira notificação de família. "O quê? Tão cedo assim? Que que eu vou falar na entrevista? Como eu vou rejeitar se não gostar?"(detalhe era final de semana e agência estava fechada, ou seja, eu estava completamente sozinha nessa situação - não havia uma alma bem informada disponível para me orientar). E quer saber o que aconteceu? Eu me virei, como todo mundo que acha que não vai dar conta e depois dá.
Ao todo tive quatro famílias interessadas em mim, das quais conversei com três. 
A minha host family foi a segunda que entrou no perfil. Foi incrível como nos demos bem no primeiro segundo. Só depois disso que eu entendi o que todas as au pairs me falavam: não existe uma lista de características para a host family certa, quando for a certa, fazer um clique na sua cabeça. E não é que fez mesmo?
Imagino que vocês devem estar esperando para que eu conte mais sobre minha host family, mas não o farei agora. Eles merecem um post só deles.
Depois de escolher a família tive que ir para a parte mais chata das chatas. A quase que irrelevante burocracia americana, na hora e tirar o visto.
Fiquei quase duas semanas só vendo papeladas e mais papeladas. Tive que tirar quatro fotos diferentes para o visto porque que o bendito do site do consulado não aceitava nenhuma das que eu tirava (deve ser a minha super cara de terrorista ou espiã russa que não ajudou muito).
Fui com frio e muito nervosa para o consulado em São Paulo. Esperei boas horas na fila (que por sinal aumentaram absurdamente desde que estive lá - sério, agora eles recebem quatro vezes mais pessoas por dia) e quando finalmente faltava uma pessoa para eu ser chamada para a entrevista, uma menina saiu chorando porque o visto dela para au pair não havia sido aprovado. Sim, isso já foi motivo suficiente para eu ficar nervosa, até eu perceber que a cônsul que a havia entrevistado estava me chamando para ser a próxima.
Ela pediu meu passaporte, foi super rude e falou inglês o tempo todo. Ela depois sair por quatro minutos e foi para uma sala lá dentro com meu passaporte (sim eu contei os quatro minutos porque não parei de rezar e tremer). Ai ela voltou e.. me mandou pagar o sedex. Ufa!
Ai depois disso foi arrumar malas (sim que sofrimento, escolher o que levar para um ano inteiro) e despedidas e mais despedidas.
E cá estou, feliz e realizada. Tudo tem valido muito a pena. 
Fácil não é, mas se fosse não teria graça.

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